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A ética de Ayn Rand e o cristianismo - Módulo 4


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Como cristã, não pude deixar de quase cair da cadeira ouvindo as premissas de Rand (risos). E como alguém que tem o amor ao aprendizado como uma de suas maiores forças pessoais (teste VIA), fui pesquisar se algum cristão havia feito uma análise do tema. Encontrei, nada mais nada menos, que um artigo do renomado e muito respeitado teólogo John Piper
Para minha surpresa, Piper gosta muito de ler Ayn Rand, e sim, fez uma análise maravilhosa com um contraponto.
Piper escreveu que, embora essa filósofa fosse ateia e explicitamente anticristã, ele concorda com vários pontos do seu pensamento:


"estou disposto a seguir sua defesa das virtudes da independência (fazer seus próprios julgamentos), integridade (praticar o que você prega), honestidade (manter uma liberdade da contradição entre suas palavras e suas convicções) e produtividade (a luta ambiciosa para atingir seus valores)". Piper

O contraponto está aqui:

"o cristão não pode segui-la consistentemente nesses pontos [justiça e orgulho]. Rand argumentou que “nunca se deve buscar ou premiar os imerecidos, nem na matéria nem no espírito” (VE, 26). Os homens devem lidar uns com os outros como comerciantes, não como saqueadores e parasitas. O cristão, por outro lado, é instruído: “abençoe os que te amaldiçoam” (Lc 6.28). Em suma, para Ayn Rand não há lugar para a misericórdia, ao passo que, no cristianismo, a misericórdia está em seu centro.". Piper

Ele ainda acrescenta:

"Rand só concebia misericórdia em termos de sacrifício de nossos valores maiores por valores menores. O cristão não sacrifica valores ao abençoar aqueles que o amaldiçoam, nem seu comportamento é despropositado ou aleatório. Trata-se de uma conquista de sua própria dependência no Deus misericordioso e de seu amor por ele. Essa conquista é causada pela misericórdia de Deus e visa transformar o inimigo em alguém que valoriza Deus acima de todas as coisas. É, portanto, um ato de benefício próprio, aumentando, de fato, a alegria do crente.". Piper

"Como para Ayn Rand não havia espaço para um Deus soberano e suficiente, com quem não se pode negociar, ela não podia contar com qualquer forma justa de misericórdia. Todos os antagonistas de seus livros eram corruptos por quase qualquer padrão e certamente pelos padrões cristãos. É de fato mau amar uma pessoa “pelos seus vícios”; é mau “dar respeito não merecido” (RA, 367). Mas a misericórdia no sentido cristão não é respeito, nem um pagamento pelos vícios de alguém. A misericórdia não se dá “por causa dos” vícios, mas “apesar dos” vícios. Ela não se destina a recompensar o mal, mas a revelar a recompensa de Deus que não pode ser negociada, mas apenas livremente admirada e desfrutada. Seu objetivo não é corromper ou comprometer a integridade, mas transformar os valores do inimigo nos valores de Cristo. Embora possa significar o sacrifício de alguns prazeres temporais, nunca é o sacrifício dos meus valores e, portanto, nunca é abnegado. Mas em relação ao sacrifício de valores menores por valores maiores — uma noite de descanso para a entrega oportuna de uma remessa de aço —, nesse sacrifício Ayn Rand acreditava profundamente." Piper


Amei a reflexão. Quem quiser ler na íntegra, fica abaixo o link.
https://cruciforme.com.br/a-etica-de-ayn-rand-apreciacao-e-critica/

 

Editado por Jéssica Rafael
Publiquei sem querer antes de terminar xD
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