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O caso Jeniffer Castro tomou conta da internet nos últimos dias. De desconhecida a 1,4k seguidores no Instagram, ela virou o centro de uma polêmica que divide opiniões:
👏 Aplaudida por sua calma em uma situação desafiadora, sendo vista como inspiração.
😡 Criticada por outros, que apontam falta de empatia e até egoísmo na forma como agiu.

Mas e se a questão não fosse tão simples? Sem juízo de valor e sem conhecer o contexto completo, me pergunto: será que estamos diante de um exemplo de “egoísmo virtuoso” ou de um comportamento desconectado da empatia?

Agora, quero "ouvir" você, herdeira:
O que achou desse movimento? 

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Hahaha... Uma janela, um Não e um Milhão!

Acompanhei a repercussão e opinião pública do caso e confesso que achei interessantíssimo, principalmente pelo fato de que a Jeniffer disse apenas não.

Não vou me prolongar se a criança era mimada, porque já sabemos que sim 🤣 afinal se ela quisesse ir no lugar do piloto ninguém ia permitir né (pelo menos eu espero)?

Mas vamos ao ponto clímax da polêmica, é impressionante como, principalmente no Brasil, o NÃO precisa vir acompanhado de uma justificativa que passa por uma bancada avaliadora para validar se aquele não foi bem empregado.

É natural dizer:

  • Não vou para a festa na sexta, porque trabalho no sábado;
  • Não vou participar da confraternização porque estou sem dinheiro esse mês;
  • Não vou beber porque trabalho amanhã.

Enfim a lista é infinita, sinto desde sempre esse desconforto de que para eu dizer não preciso informar e justificar o motivo pelo qual aquele não é válido. E nem mesmo assim é respeitado de maneira deliberada pois SEMPRE teremos pelo menos uma tentativa de quebra de objeção.

Achei genial, foi um não e PONTO. O não não é grosseiro, não é falta de empatia é simplesmente o NÃO. E como não estamos acostumados, criou toda aquela tensão e situação, gravando sem nenhuma autorização ou motivo uma pessoa, afinal aquela não era a única janela do avião né?

Espero que a lição do caso seja o quanto precisamos aprender a dar o NÃO sem precisar justificar.

 

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On 06/12/2024 at 19:28, Joane Priscilla Teixeira De Lima disse:

Hahaha... Uma janela, um Não e um Milhão!

Acompanhei a repercussão e opinião pública do caso e confesso que achei interessantíssimo, principalmente pelo fato de que a Jeniffer disse apenas não.

Não vou me prolongar se a criança era mimada, porque já sabemos que sim 🤣 afinal se ela quisesse ir no lugar do piloto ninguém ia permitir né (pelo menos eu espero)?

Mas vamos ao ponto clímax da polêmica, é impressionante como, principalmente no Brasil, o NÃO precisa vir acompanhado de uma justificativa que passa por uma bancada avaliadora para validar se aquele não foi bem empregado.

É natural dizer:

  • Não vou para a festa na sexta, porque trabalho no sábado;
  • Não vou participar da confraternização porque estou sem dinheiro esse mês;
  • Não vou beber porque trabalho amanhã.

Enfim a lista é infinita, sinto desde sempre esse desconforto de que para eu dizer não preciso informar e justificar o motivo pelo qual aquele não é válido. E nem mesmo assim é respeitado de maneira deliberada pois SEMPRE teremos pelo menos uma tentativa de quebra de objeção.

Achei genial, foi um não e PONTO. O não não é grosseiro, não é falta de empatia é simplesmente o NÃO. E como não estamos acostumados, criou toda aquela tensão e situação, gravando sem nenhuma autorização ou motivo uma pessoa, afinal aquela não era a única janela do avião né?

Espero que a lição do caso seja o quanto precisamos aprender a dar o NÃO sem precisar justificar.

 

@Joane Priscilla Teixeira De Lima, muito boa a sua reflexão.

Eu refleti muito sobre esse "não". E quando li o que trouxe pensei nisso, o sim não precisa de justificativa, mas o não geralmente precisa vir com a justificativa. Eu estou treinando a dizer esse não "estilo Jeniffer."

 

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On 06/12/2024 at 19:28, Joane Priscilla Teixeira De Lima disse:

Hahaha... Uma janela, um Não e um Milhão!

Acompanhei a repercussão e opinião pública do caso e confesso que achei interessantíssimo, principalmente pelo fato de que a Jeniffer disse apenas não.

Não vou me prolongar se a criança era mimada, porque já sabemos que sim 🤣 afinal se ela quisesse ir no lugar do piloto ninguém ia permitir né (pelo menos eu espero)?

Mas vamos ao ponto clímax da polêmica, é impressionante como, principalmente no Brasil, o NÃO precisa vir acompanhado de uma justificativa que passa por uma bancada avaliadora para validar se aquele não foi bem empregado.

É natural dizer:

  • Não vou para a festa na sexta, porque trabalho no sábado;
  • Não vou participar da confraternização porque estou sem dinheiro esse mês;
  • Não vou beber porque trabalho amanhã.

Enfim a lista é infinita, sinto desde sempre esse desconforto de que para eu dizer não preciso informar e justificar o motivo pelo qual aquele não é válido. E nem mesmo assim é respeitado de maneira deliberada pois SEMPRE teremos pelo menos uma tentativa de quebra de objeção.

Achei genial, foi um não e PONTO. O não não é grosseiro, não é falta de empatia é simplesmente o NÃO. E como não estamos acostumados, criou toda aquela tensão e situação, gravando sem nenhuma autorização ou motivo uma pessoa, afinal aquela não era a única janela do avião né?

Espero que a lição do caso seja o quanto precisamos aprender a dar o NÃO sem precisar justificar.

 

Nossa @Joane Priscilla Teixeira De Lima isso é verdade!
O não sempre precisa vir com uma explicação. Eu raramente dou explicação e sempre, SEMPRE, me passo por mal educada e arrogante por isso, fico me perguntando, gente eu só disse não!!!! Imagine se eu dissesse o motivo!! rsrsrsrs

Mas essa é uma reflexão boa, por que o não precisa de justificativa e o sim não precisa?
por que as pessoas precisam se sentir mal por não querer fazer algo?

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On 09/12/2024 at 18:25, Mayara Masae Kubota disse:

Nossa @Joane Priscilla Teixeira De Lima isso é verdade!
O não sempre precisa vir com uma explicação. Eu raramente dou explicação e sempre, SEMPRE, me passo por mal educada e arrogante por isso, fico me perguntando, gente eu só disse não!!!! Imagine se eu dissesse o motivo!! rsrsrsrs

Mas essa é uma reflexão boa, por que o não precisa de justificativa e o sim não precisa?
por que as pessoas precisam se sentir mal por não querer fazer algo?

Isso mesmo, @Mayara Masae Kubota dizer não parece uma ofensa e quando estamos dizendo não para algo dizemos sim para outra coisa, se trata de uma escolha e precisa ser respeitado. 

Acompanhando a Dani Noce eu achei engraçado, mas me explodiu a cabeça a reflexão, ela falando que quando parou de beber e ela ia em eventos pedia o drink fake (água com gás, especiarias e gelo que imitava o Gim). E isso é muito real "nós nos tornamos chato" parece até que existe manual de pertencimento e precisamos atender a ritos em grupo. Quando na realidade eu penso que não, tem pessoas tão divertidas mesmo sem ingerir uma gota de álcool. Foi um exemplo, mas que pode ser aplicado em muitas outras situações. 

Eu mesma estou treinando dia a dia dizer meu não. 

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On 09/12/2024 at 20:20, Joane Priscilla Teixeira De Lima disse:

Isso mesmo, @Mayara Masae Kubota dizer não parece uma ofensa e quando estamos dizendo não para algo dizemos sim para outra coisa, se trata de uma escolha e precisa ser respeitado. 

Acompanhando a Dani Noce eu achei engraçado, mas me explodiu a cabeça a reflexão, ela falando que quando parou de beber e ela ia em eventos pedia o drink fake (água com gás, especiarias e gelo que imitava o Gim). E isso é muito real "nós nos tornamos chato" parece até que existe manual de pertencimento e precisamos atender a ritos em grupo. Quando na realidade eu penso que não, tem pessoas tão divertidas mesmo sem ingerir uma gota de álcool. Foi um exemplo, mas que pode ser aplicado em muitas outras situações. 

Eu mesma estou treinando dia a dia dizer meu não. 

@Joane Priscilla Teixeira De Lima Com certeza podemos treinar o nosso não!
rsrsrs Essa da Dani foi engraçado mesmo, porque eu também faço isso! Eu não bebo nem uma gota se quer de álcool, sou abstemia, e isso sempre gera indignação nas pessoas e outras tentam me fazer mudar de ideia e começar a beber, beber muito! E com isso, sempre gera uma discussão, que a meu ver, é totalmente desnecessária, então eu pego um drink fake ou simplesmente digo não e se a pessoa insiste demais em ser chata eu dou uma resposta chata também! 
rsrsrs

Continue treinando os seus "não" com eles você irá ter mais clareza para o que dizer sim e conquistar suas metas mais rápido!

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Postado (edited)

Eu, como mãe de crianças (6 e 2 anos, como vocês sabem), vou levar a discussão para um outro caminho...Os julgamentos sobre o comportamento da criança, da mãe e o 'tribunal da internet'. 

Mas antes, um UPDATE que é importante deixar aqui: Agora já sabemos que a pessoa impertinente que filmou a Jennifer não era a mãe da criança e sim uma passageira aleatória. 

Antes de mais nada, sou totalmente de acordo com o NÃO da Jennifer. Simples, direto e educado. 

Mas, todo o julgamento recaiu sobre o comportamento de uma criança de 4 anos, que foi rapidamente taxada de birrenta. Uma criança de 4 anos. Na minha visão de mundo, crianças são birrentas e nem sempre é falta de educação/controle dos pais. Crianças de 4 anos são birrentas porque não têm maturidade emocional para lidar com seus sentimentos de frustração ainda. Isso não quer dizer que os responsáveis devam ceder às vontades de seus filhos, mas sim que devem ajudá-los a entender os limites, lidar com a frustração e acolher os sentimentos. 

Falo isso porque me coloco no lugar da mãe da criança que, alheia a todo esse bafafá que rolou no avião, tentava acalmar seu filho. A mãe que, mesmo não tendo participado da polêmica, foi julgada, condenada e escrachada na internet. A criança se tornou mimada, a mãe, permissiva, sem pulso, que vai sofrer no futuro pois não sabe educar seu filho. 

E quantas vezes não somos julgadas dessa forma por algum comportamento inadequado de nossos filhos? Quantas vezes nós não julgamos com base em um recorte da situação, sem saber o que há por trás de tudo que está se desenrolando? 

Antes de ser mãe, no auge da minha juventude e impaciência com crianças, já fui a pessoa que julga criança dando xilique em fila de supermercado. Depois que fui mãe, já passei poucas e boas com minha filha mais velha, e como me vi sendo julgada! Eu já fui a mãe sentada no chão, no meio do shopping, abraçando a minha filha até que ela se acalmasse de uma crise ao receber um não, onde todos que passavam julgavam como birra. E dói ser julgada como sendo a mãe permissiva, quando a gente sabe que não é isso. Que vai além. Que tem todo um contexto por trás daquilo que os outros veem só de passagem. 

Como advogada, vejo nos processos que atuo todo um rito a ser respeitado antes de o juiz chegar a um veredicto. As partes apresentam seus argumentos e provas, passam pelas audiências, até que se forme o convencimento do juiz. (Que ainda assim pode estar errado e ser revisto em recursos). 

No tribunal da internet não há tempo pra isso. A gente julga com base na trend do momento, pra estar em alta, por dentro do assunto, pra surfar a onda e não perder o timing. Eu me abstive de falar sobre isso até então, pois queria saber mais. Me incomodou muito não a atitude da Jennifer, que, como falei, acho estar coberta de razão. Mas a atitude polarizada das pessoas, que ao concordar com a Jennifer, atacaram a outra parte (e ainda atacaram a pessoa errada). 

Então, ao meu ver, a Jennifer praticou lindamente o egoismo virtuoso. Já os juízes da situação esqueceram o que é ter empatia. E empatia não é dizer pra moça ceder o lugar. É entender que criança contrariada chora. E que no mundo de hoje a gente não obriga mais os filhos a engolir o choro.

Analisando o caso depois de todas as repercussões, acho que a Jennifer poderia ter esclarecido antes que o bafafá não foi feito pela mãe da criança (na verdade nem familiar da criança era). Acho que ela ainda teria surfado a onda de 'sucesso repentino' dela e livrado a moça de toda essa situação. faltou empatia aí. hehehe.

Editado por Jéssica
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On 10/12/2024 at 10:49, Jéssica disse:

Eu, como mãe de crianças (6 e 2 anos, como vocês sabem), vou levar a discussão para um ou outro caminho...Os julgamentos sobre o comportamento da criança, da mãe e o 'tribunal da internet'. 

Mas antes, um UPDATE que é importante deixar aqui: Agora já sabemos que a pessoa impertinente que filmou a Jennifer não era a mãe da criança e sim uma passageira aleatória. 

Antes de mais nada, sou totalmente de acordo com o NÃO da Jennifer. Simples, direto e educado. 

Mas, todo o julgamento recaiu sobre o comportamento de uma criança de 4 anos, que foi rapidamente tachada de birrenta. Uma criança de 4 anos. Na minha visão de mundo, crianças são birrentas e nem sempre é falta de educação/controle dos pais. Crianças de 4 anos são birrentas porque não têm maturidade emocional para lidar com seus sentimentos de frustração ainda. Isso não quer dizer que os responsáveis devam ceder às vontades de seus filhos, mas sim que devem ajudá-los a entender os limites, lidar com a frustração e acolher os sentimentos. 

Falo isso porque me coloco no lugar da mãe da criança que, alheia a todo esse bafafá que rolou no avião, tentava acalmar seu filho. A mãe que, mesmo não tendo participado da polêmica, foi julgada, condenada e escrachada na internet. A criança se tornou mimada, a mãe, permissiva, sem pulso, que vai sofrer no futuro pois não sabe educar seu filho. 

E quantas vezes não somos julgadas dessa forma por algum comportamento inadequado de nossos filhos? Quantas vezes nós não julgamos com base em um recorte da situação, sem saber o que há por trás de tudo que está se desenrolando? 

Antes de ser mãe, no auge da minha juventude e impaciência com crianças, já fui a pessoa que julga criança dando xilique em fila de supermercado. Depois que fui mãe, já passei poucas e boas com minha filha mais velha, e como me vi sendo julgada! Eu já fui a mãe sentada no chão, no meio do shopping, abraçando a minha filha até que ela se acalmasse de uma crise ao receber um não, onde todos que passavam julgavam como birra. E dói ser julgada como sendo a mãe permissiva, quando a gente sabe que não é isso. Que vai além. Que tem todo um contexto por trás daquilo que os outros veem só de passagem. 

Como advogada, vejo nos processos que atuo todo um rito a ser respeitado antes de o juiz chegar a um veredicto. As partes apresentam seus argumentos e provas, passam pelas audiências, até que se forme o convencimento do juiz. (Que ainda assim pode estar errado e ser revisto em recursos). 

No tribunal da internet não há tempo pra isso. A gente julga com base na trend do momento, pra estar em alta, por dentro do assunto, pra surfar a onda e não perder o timing. Eu me abstive de falar sobre isso até então, pois queria saber mais. Me incomodou muito não a atitude da Jennifer, que, como falei, acho estar coberta de razão. Mas a atitude polarizada das pessoas, que ao concordar com a Jennifer, atacaram a outra parte (e ainda atacaram a pessoa errada). 

Então, ao meu ver, a Jennifer praticou lindamente o egoismo virtuoso. Já os juízes da situação esqueceram o que é ter empatia. E empatia não é dizer pra moça ceder o lugar. É entender que criança contrariada chora. E que no mundo de hoje a gente não obriga mais os filhos a engolir o choro.

Analisando o caso depois de todas as repercussões, acho que a Jennifer poderia ter esclarecido antes que o bafafá não foi feito pela mãe da criança (na verdade nem familiar da criança era). Acho que ela ainda teria surfado a onda de 'sucesso repentino' dela e livrado a moça de toda essa situação. faltou empatia aí. hehehe.

Esse assunto é polêmico exatamente porque ilustra bem aquele ditado "Que cada ponto é um conto".

E cada espectador tende a ter empatia com um ponto e outro não, e geralmente revela com quem nos identificamos seja por semelhança ou inspiração.

De fato a criança estava ali em seu momento de birra, o que é natural do ponto de vista que é uma criança sentindo a dor do não e a expressando com pouca inteligência emocional entendível pela sua imaturidade somada da idade com a carga de vida curta que a mesma tenha (Exemplo, uma criança que viaja desde bebê e já entende melhor a dinâmica de uma viagem).

Concordo contigo que a cobrança e julgamento em cima da mãe é exaustivo e incompreensível. Sou mãe de dois adolescentes e só eu sei o quanto já fui julgada, principalmente porque fui mãe cedo e isso era motivo de descreditar minhas habilidades como mãe, embora só podemos saber o que fazer com um filho quando tiver o filho - Nasce um filho, Nasce uma mãe. E para barreirar o excesso de opiniões que eu não queria nem ouvir, quem dirá seguir, como proteção eu era durona com os meus filhos e também com quem olhasse muito (era briguenta mesmo quando o assunto era maternidade).

Já do ponto de vista de quem gravou, sinceramente eu acredito que caiba um processo judicial para que em nosso país se leve a sério a questão de gravar sem permissão... Eu trabalho a anos com o atendimento ao cliente e quantas vezes me senti exposta, por falta dos clientes terem clareza quanto ao seu papel de cliente. E também pelo exposed dela mesma com outras questões como capacitismo (não podemos ficar perguntando se uma pessoa tem uma deficiência, até porque reforça aquela ideia de que preciso justificar com algo que o outro aceite o meu não).

De modo geral, eu acredito que tudo ali gira em torno de um não que não sabemos ouvir e de muitas camadas de falta de empatia, a pessoa que está gravando mesmo não foi empática com a Jeniffer, nem com a mãe e muito menos com a criança. O movimento dela era intencional de julgar e expor algo que ela não concorda e que na realidade ela queria que a criança parasse de chorar.

Embora de fato seja chato uma criança chorando se isso se estender, é para ser compreensível e ao invés de todos caírem em cima da Jeniffer o movimento poderia ser verificar se a mãe está precisando de apoio emocional para acolher as reações do filho e de explicar como funciona a dinâmica da viagem, de repente mostrar os números das poltronas e as passagens e criar uma brincadeira e ser resolvido no Off. 

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On 10/12/2024 at 10:49, Jéssica disse:

Eu, como mãe de crianças (6 e 2 anos, como vocês sabem), vou levar a discussão para um outro caminho...Os julgamentos sobre o comportamento da criança, da mãe e o 'tribunal da internet'. 

Mas antes, um UPDATE que é importante deixar aqui: Agora já sabemos que a pessoa impertinente que filmou a Jennifer não era a mãe da criança e sim uma passageira aleatória. 

Antes de mais nada, sou totalmente de acordo com o NÃO da Jennifer. Simples, direto e educado. 

Mas, todo o julgamento recaiu sobre o comportamento de uma criança de 4 anos, que foi rapidamente taxada de birrenta. Uma criança de 4 anos. Na minha visão de mundo, crianças são birrentas e nem sempre é falta de educação/controle dos pais. Crianças de 4 anos são birrentas porque não têm maturidade emocional para lidar com seus sentimentos de frustração ainda. Isso não quer dizer que os responsáveis devam ceder às vontades de seus filhos, mas sim que devem ajudá-los a entender os limites, lidar com a frustração e acolher os sentimentos. 

Falo isso porque me coloco no lugar da mãe da criança que, alheia a todo esse bafafá que rolou no avião, tentava acalmar seu filho. A mãe que, mesmo não tendo participado da polêmica, foi julgada, condenada e escrachada na internet. A criança se tornou mimada, a mãe, permissiva, sem pulso, que vai sofrer no futuro pois não sabe educar seu filho. 

E quantas vezes não somos julgadas dessa forma por algum comportamento inadequado de nossos filhos? Quantas vezes nós não julgamos com base em um recorte da situação, sem saber o que há por trás de tudo que está se desenrolando? 

Antes de ser mãe, no auge da minha juventude e impaciência com crianças, já fui a pessoa que julga criança dando xilique em fila de supermercado. Depois que fui mãe, já passei poucas e boas com minha filha mais velha, e como me vi sendo julgada! Eu já fui a mãe sentada no chão, no meio do shopping, abraçando a minha filha até que ela se acalmasse de uma crise ao receber um não, onde todos que passavam julgavam como birra. E dói ser julgada como sendo a mãe permissiva, quando a gente sabe que não é isso. Que vai além. Que tem todo um contexto por trás daquilo que os outros veem só de passagem. 

Como advogada, vejo nos processos que atuo todo um rito a ser respeitado antes de o juiz chegar a um veredicto. As partes apresentam seus argumentos e provas, passam pelas audiências, até que se forme o convencimento do juiz. (Que ainda assim pode estar errado e ser revisto em recursos). 

No tribunal da internet não há tempo pra isso. A gente julga com base na trend do momento, pra estar em alta, por dentro do assunto, pra surfar a onda e não perder o timing. Eu me abstive de falar sobre isso até então, pois queria saber mais. Me incomodou muito não a atitude da Jennifer, que, como falei, acho estar coberta de razão. Mas a atitude polarizada das pessoas, que ao concordar com a Jennifer, atacaram a outra parte (e ainda atacaram a pessoa errada). 

Então, ao meu ver, a Jennifer praticou lindamente o egoismo virtuoso. Já os juízes da situação esqueceram o que é ter empatia. E empatia não é dizer pra moça ceder o lugar. É entender que criança contrariada chora. E que no mundo de hoje a gente não obriga mais os filhos a engolir o choro.

Analisando o caso depois de todas as repercussões, acho que a Jennifer poderia ter esclarecido antes que o bafafá não foi feito pela mãe da criança (na verdade nem familiar da criança era). Acho que ela ainda teria surfado a onda de 'sucesso repentino' dela e livrado a moça de toda essa situação. faltou empatia aí. hehehe.

Nossa @Jéssica que lição que você me deu!
Não sou mãe ainda, então não entendo nada disso. Mas agora, quando eu ver essas situações de birra, não vou mais revirar os olhos e achar que a mãe não está educando direito! Você conseguiu mudar completamente meu pensamento e visão!

Você me fez parar e refletir sobre outra coisa bem séria também.

Minha mãe ou tia sempre quando veem essa cena, torcem o nariz e me dizem: "Seu irmão/primo, nunca fizeram isso comigo! Não se atreviam!"
Pensando por esse ângulo, eles não se atreviam por medo, já essas crianças não sentem medo de demonstrar sua insatisfação por ter recebido um não, não tem medo por não saber lhe dar com isso. Logo, a meu ver agora, qual é a educação mais certa, a baseada no medo ou a baseada na confiança e respeito?

Da próxima vez que me falarem isso ou se eu presenciar tal cena falarei sobre com a pessoa que está "torcendo o nariz".

Editado por Mayara Masae Kubota
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On 06/12/2024 at 12:20, Dani Ribeiro disse:

O caso Jeniffer Castro tomou conta da internet nos últimos dias. De desconhecida a 1,4k seguidores no Instagram, ela virou o centro de uma polêmica que divide opiniões:
👏 Aplaudida por sua calma em uma situação desafiadora, sendo vista como inspiração.
😡 Criticada por outros, que apontam falta de empatia e até egoísmo na forma como agiu.

Mas e se a questão não fosse tão simples? Sem juízo de valor e sem conhecer o contexto completo, me pergunto: será que estamos diante de um exemplo de “egoísmo virtuoso” ou de um comportamento desconectado da empatia?

Agora, quero "ouvir" você, herdeira:
O que achou desse movimento? 

Então esse foi "o caso" do mês de dezembro de 2024. E nos próximos meses virão outros tão acalorados e que todo mundo quer dar a sua opinião.

Na minha concepção a Jeniffer fez certo. Acredito ser um caso de egoísmo virtuoso sim. Pois, se ela tivesse cedido o lugar ela estaria em sacrifício, pois este não era o desejo dela. E sim um pedido de terceiros que achavam que essa era a melhor coisa a ser feita no momento.

Não sei se fosse comigo no calor do momento e sem pensar muito faria o mesmo. Pois, querendo ou não ela foi pega de surpresa.

Acho que quem se posiciona favorável ou contrária a ela é porque tem algo a mais que lhe faça se identificar com a situação, ou porque já passou por algo semelhante.

Mas o que eu acho mesmo é que a pessoa que teve o ímpeto infeliz de gravar não queria ajudar, mas talvez ela tenha se sentido incomodada com os berros da criança e o seu intuito era sanar o barulho e não ser solidária com a mãe e com uma criança de 4 anos. Não sei, talvez nem ela saiba. Pois agiu sem pensar e agiu mal.

 

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On 11/12/2024 at 11:51, Marian Carla Lotin disse:

Então esse foi "o caso" do mês de dezembro de 2024. E nos próximos meses virão outros tão acalorados e que todo mundo quer dar a sua opinião.

Na minha concepção a Jeniffer fez certo. Acredito ser um caso de egoísmo virtuoso sim. Pois, se ela tivesse cedido o lugar ela estaria em sacrifício, pois este não era o desejo dela. E sim um pedido de terceiros que achavam que essa era a melhor coisa a ser feita no momento.

Não sei se fosse comigo no calor do momento e sem pensar muito faria o mesmo. Pois, querendo ou não ela foi pega de surpresa.

Acho que quem se posiciona favorável ou contrária a ela é porque tem algo a mais que lhe faça se identificar com a situação, ou porque já passou por algo semelhante.

Mas o que eu acho mesmo é que a pessoa que teve o ímpeto infeliz de gravar não queria ajudar, mas talvez ela tenha se sentido incomodada com os berros da criança e o seu intuito era sanar o barulho e não ser solidária com a mãe e com uma criança de 4 anos. Não sei, talvez nem ela saiba. Pois agiu sem pensar e agiu mal.

 

Muito bom o seu comentário. 

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