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Esses dias, me peguei pensando em como mudamos ao longo da nossa jornada. Não aquela mudança radical, tipo largar tudo e ir morar no mato - apesar de que às vezes dá vontade rsrsrs. Mas aquela mudança sutil. Que chega quietinha, sem avisar.

E só quando olhamos pra trás percebemos: “Nossa, isso aqui já não tem mais a ver comigo."

Estava conversando com minha mãe (já que estou aqui na casa dos meus pais) em como mudamos tanto e em algumas vezes nem percebemos. Ela disse que havia comprado meu chocolate preferido, eu olhei para aquele chocolate e disse: "Esse não é meu chocolate preferido!" Ficamos conversando e eu não soube dizer quando, exatamente, aquele chocolate deixou de ser o meu preferido!

Com o trabalho criativo também está sendo assim. Mas com ele eu sei que tem influência das leituras que estou fazendo e cursos. Mas, já parou para perceber que tem fase que a gente AMA uma estética e depois enjoa? Tem época que o ritmo está acelerado, produtivo e outras em que tudo desacelera. E tudo bem.

Esses últimos dias, por exemplo, sumi um pouco dos stories. Apareci apenas para dizer algo bem pontual e não foi por falta de tempo. Foi porque eu mesma estou me reencontrando. O jeito que eu crio, que penso, que quero me expressar  está mudando. E dessa vez, ao invés de resistir, eu decidi deixar mudar.

Por muito tempo, eu sentia culpa de perder o encanto por um projeto, eu digo que enjôo muito rápido das coisas... Sentia culpa de olhar pra algo que eu mesma fiz e pensar: "será que ainda gosto disso?" Como se mudar de ideia fosse um sinal de fraqueza. Ou de instabilidade, mas talvez seja só um sinal de que a gente está viva, sentindo, observando e se transformando.

Outro dia ouvi uma frase que grudou em minha mente: “Criar é fazer as pazes com o fato de que a versão de hoje talvez desdiga a de ontem.”

A gente tem tanto medo de parecer incoerente, né?

Mas e se a coerência estiver justamente aí? Em acompanhar o que muda dentro da gente?

A estética muda. O gosto muda. O ritmo muda. O que empolgava ontem, hoje talvez já não mexa tanto. Saber reconhecer isso é parte do processo de autoconhecimento. Pode ser o início de uma nova fase, um espaço pra se reinventar.

Se você anda se sentindo meio deslocada, cansada do que antes te fazia vibrar… talvez não seja um erro. Talvez só não seja mais a sua cara. E isso também é criar.

Hoje, só queria te lembrar: está tudo bem mudar de ideia.

Está tudo bem se seu estilo mudou, se você cansou do formato que funcionava, se o feed não parece mais "coerente". Você não precisa ser uma coisa só. Pode ser muitas, uma de cada vez. Ou todas ao mesmo tempo. E amanhã, quem sabe, outra completamente nova.

 

Agora me conta: o que você sente que já não é mais tão sua cara assim?

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