Mayara Masae Kubota Postado 26 de Maio de 2025 Postado 26 de Maio de 2025 Desafiar o corpo, atravessar a mente. E deixar a alma respirar. Fiquei uns dias longe daqui, mas por um motivo maior. Fui viver uma experiência que me atravessou por inteiro: dois dias de imersão na Caverna do Diabo, dormindo lá dentro entre estalactites e estalagmites, em meio à natureza bruta, silenciosa e, de alguma forma, profundamente acolhedora. Falando em viver: Quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez? Foram dias em que encarei medos antigos que eu já nem percebia mais, pavores escondidos, me vi diante de travas internas, dos meus próprios limites, coisas que eu precisava deixar ir e estava com dificuldade e, aos poucos, fui deixando alguns deles se dissolverem entre as pedras, a água, o escuro. Também vi a beleza. Vi como a natureza é genial, como ela ensina sem palavras. E talvez, entre pedras, água e silêncio, eu tenha começado o processo de deixar algo que precisava partir, ir. Ver aquela imensidão e me sentir tão insignificante, sentir meus problemas tão pequenos diante daquela imensidão. Sentir como a vida é preciosa também e como a desperdiçamos com coisas pequenas, como paramos de viver por não conseguir abrir a mão para deixar ir o que não nos faz mais bem... A natureza é absolutamente genial. Ali, no meio do nada, tudo fez sentido. Sabe… a gente fala muito sobre transformação, mas esquece que mudar dói. Que crescer exige presença e que viver de verdade nem sempre é confortável. Aprendi sobre a caverna, sobre espeleologia, sobre histórias que o tempo esculpe. Mas, acima de tudo, conheci partes de mim que estavam quietas demais, esperando por esse tipo de encontro. Fiz amizades. Respirei fundo. Meditei e pratiquei um pouco de yoga em uma caverna! Quem mais já fez isso?! E talvez tenha começado, enfim, o processo de deixar um grande amor partir. Um luto doce e bruto, como só a natureza sabe ensinar. Essa experiência me lembrou de algo essencial: a vida começa mesmo, apenas quando saímos da zona de conforto. Não falo só do preparo físico, embora ele importe, mas foi o emocional, mental e espiritual também. Foi coragem, cura e encontro, reencontro também, com a Mayara criança onde sonhava com aventuras de todos os tipos possíveis. Falo de estar presente, de se desafiar mentalmente, de atravessar os próprios limites com coragem, mesmo tremendo. Essa experiência me lembrou que o que transforma não é o que a gente planeja, é o que a gente topa viver. Por isso, se você sente que está presa, estagnada, perdida… Saia. Vá. Encontre um pedaço de natureza e se entregue a ele. Faça algo que te desafie de verdade. Quando foi a última vez que você se propôs a sair da rotina para se encontrar? Que experiências você tem evitado por medo mas, no fundo, sabe que poderiam te libertar? Viver não é sobre repetir rotinas dentro de casa. É sobre se lembrar, na pele, de que você está viva. A vida pulsa mesmo quando a gente se desafia. Quando a gente tira o pé do chão firme. Quando a gente aceita entrar em cavernas (reais ou simbólicas) e ver o que elas guardam. Te desejo coragem. E, se quiser me contar como está por aí, é só responder esse tópico. Vou adorar saber. Com carinho, Mayara 2
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