Desaprendemos a descansar!

[Mayara Masae Kubota]

Você já parou para se perceber quando viaja para descansar?
Ou faz uma viagem para se distrair da rotina?
Ou simplesmente, viaja porque quer conhecer algo novo, fazer algo que nunca fez, etc.?

Hoje tenho um encontro com uma pessoa super especial, marcamos um café no final da tarde para conversarmos bobagens, mas me peguei dizendo a ela para conversarmos sobre empreender que eu tenho muitas ideias para a marca... E ela me respondeu: "Uai, eu pensei que era um café para conversarmos bobagens, relaxar, mesmo em plena segunda-feira!!!"

Demos risadas, mas fiquei pensando:

Mesmo quando viajamos para um SPA, Resort, meio do nada! Mesmo nesse cenário quase mágico, percebi o quanto é difícil, de fato, descansar.
Sabe aquela sensação de estar em um lugar lindo, com tudo à disposição, mas a cabeça não para? 

"Será que eu estou aproveitando direito?"
"Será que não devia estar adiantando alguma coisa?"
"E se eu abrisse rapidinho o computador ou o celular apenas pra resolver uma pendência?"

Pois é. A verdade é que nós desaprendemos a descansar.
Ou pior: transformamos o descanso em mais uma coisa que precisamos performar. E aí me veio uma reflexão que talvez sirva pra você também:

O tal do "ócio criativo" virou o nome bonito para continuarmos produzindo, porém com uma roupinha mais leve. Mas descanso de verdade (aquele que recarrega, que silencia o barulho interno, que nos lembra que a vida também acontece fora dos projetos) esse anda cada vez mais raro.
Porque ele exige uma coisa que devíamos evitar: não ser útil.

Só que o descanso é útil, sim. Mas não do jeito capitalista da coisa. Ele é útil porque nos devolve pra gente mesmo. Nos permite sentir, viver, olhar em volta com calma. Descansar não é parar tudo e fazer nada. Descansar é se escutar. Tem dias em que descansar é correr de manhã, mas em outros, é dormir até mais tarde, ficar offline, ler, fazer bolo, ficar no sol.

E está tudo bem!!!

Se quiser um incentivo, fica aqui a ideia: liste seus tipos de cansaço e pense em tipos de descanso que respondem a cada um deles. Às vezes, o que precisamos é bem diferente do que imaginamos.
Por exemplo: eu marquei um café com essa amiga, porque me sinto um cansaço mental para criar nos amigurumis. Sair para uma cafeteria diferente, aproveitar a companhia de uma amiga e conversar bobagens pode me dar repertório para depois. Já perceberam que muitas vezes surge uma ideia incrível de uma conversa despretensiosa??